21.1.08

Aventuras na Fronteira

Quinta-feira, dia 24 de janeiro, saio para mais uma das minhas aventuras pela América do Sul, então resolvi reativar esse blog que foi destinado ao meu primeiro mochilão.


Pois bem. Sábado, dia 19, eu tinha que ir pra Bernardo de Irigoyen comprar as passagens (minha e do Diego) pra Buenos Aires. E eis que a aventura começou!
Depois de pensar em todas as péssimas opções de horário, creio ter escolhido a menos pior, ou seja, sair de Beltrão as 11h30 da manhã pra chegar em Barracão as 13h, andar, andar e andar até B. Irigoyen, depois voltar pra Dionísio Cerqueira onde pegaria o ônibus de volta, que só saíria as 15h30. Resumindo: eu levaria praticamente uma tarde pra comprar duas passagens. E pior, estava chovendo.

Cheguei na rodoviária de Beltrão quase 11h30, molhada, e a tempo de ajudar uma senhora com suas sacolas e embarcar no ônibus. Quando desembarquei em Barracão (cidade paranaense que faz divisa com Dionísio Cequeira - SC e Bernardo de Irigoyen - Arg.) tinha parado de chover e eu aproveitei pra me apressar. Olhei pro céu e pensei "Me guiem (eles sabem quem) porque eu não sei por onde ir!"... e fui. E eu não sabia mesmo. Já tinha ido pra lá, mas sempre de carro e nunca prestei atenção em ruas, prédios, casas, nem nada.
Atravessei a fronteira e fui pra agência que vendia as passagens. De longe vi que estava fechada e gelei. Pensei comigo "Só que me falta ter vindo pra cá e não conseguir comprar. Tô ferrada!". Por sorte, só estava fechada e eu esperei meia hora até a moça chegar, mas no fim deu tudo certo.
Passagens em mãos, eu tinha que descobrir onde ficava a rodoviária de Dionísio. Achei fácil, apesar de aquilo não ter cara de rodoviária. Parecia mais um butecão, bem sujo, por sinal. Ah, e eu só vi que era rodoviária porque tinha um ônibus parado.
Achei o banquinho menos sujo e sentei. Sorte minha ter levado Clarice Lispector junto. Abri o livro e entrei na história... Virei a Macabéa, rs. Quer dizer, quase, pois tinha uma moça do meu lado que a cada ônibus que chegava (olha que cheguei as 14h30 e o ônibus só sairia dali 1h) ela me perguntava: "Moça, é esse que vai pra Beltrão?"
Eu me limitava a responder com "Não", "Não, moça", "Moça, se você comprou a passagem para as 15h30 seu ônibus só sairá nesse horário", "Não, moça, não é esse". Eu já estava de saco cheio, mas no fim quase agradeci a impaciência dela, rsrs.
As 15h havia chegado um ônibus grande, bom, e eu nem dei bola. Era bom demais pra fazer uma viagem curta. Quase 15h30 chega um ônibuzinho capenga, e a moça me pedindo se não era aquele me fez fechar o livro e ir pedir informação. Eu fui. Pedi pro motorista se aquele era o ônibus que ia pra Beltrão e ele respondeu: "Não, moça. É esse aí do lado". Nem imagino que cara fiz, e me limitei a dizer: "Esse? Tem certeza?! Um ônibuzão desse pra ir daqui a Beltrão?!".
Sorte a minha ter "guias" eficientes. O ônibus estava quase saindo, mas deu tempo de embarcar. Pra terminar, a tal moça sentou do meu lado e cada pouco pedia "Aqui que é Beltrão?", rs. E eu: "Não, moça. O ônibus só chega em Beltrão às 17h".
Enfim, cheguei sã e salva, com as passagens compradas e os pés molhados.



Umas imagens pra animar, rs.

Pollo em conserva (?) e Busão Argentino


Um comentário:

L. Tayar disse...

Bom dia Daiana,
quero uma dica sua, como faço para pegar um ônibus ali em Bernado de irigoyen para Buenos Aires?
abraços